Doença de Kimura

11/05/2024 12:00

A doença de Kimura é uma condição inflamatória crônica rara, caracterizada pelo crescimento anormal de tecido nos linfonodos e tecidos subcutâneos, principalmente na região da cabeça e do pescoço. Ela é mais comum em homens asiáticos e pode ser confundida com outras condições linfoproliferativas. Os achados radiológicos são importantes para o diagnóstico e monitoramento da doença.

Principais Achados Radiológicos da Doença de Kimura

  1. Ultrassonografia (USG):

    • Massas Hipoecoicas: A ultrassonografia pode revelar massas hipoecoicas nos tecidos moles, que correspondem às áreas de envolvimento da doença.
    • Aumento dos Linfonodos: Os linfonodos afetados geralmente aparecem aumentados e com uma ecogenicidade heterogênea.
  2. Tomografia Computadorizada (TC):

    • Massas de Tecidos Moles: Na TC, as lesões podem aparecer como massas de tecidos moles bem definidas, que são homogêneas ou ligeiramente heterogêneas, dependendo do grau de inflamação e fibrose.
    • Realce pelo Contraste: As lesões geralmente mostram um realce moderado após a administração de contraste.
    • Calcificações: Embora raras, podem ocorrer calcificações nas massas.
  3. Ressonância Magnética (RM):

    • Intensidade de Sinal Variável: As lesões apresentam intensidade de sinal variável em imagens ponderadas em T1 e T2. Em T2, as áreas de maior atividade inflamatória podem aparecer como hipointensas devido ao conteúdo de células inflamatórias e fibrose.
    • Realce Pós-Contraste: As imagens pós-contraste mostram realce das lesões, ajudando a delinear a extensão da doença.

Importância dos Achados Radiológicos

Os achados radiológicos na doença de Kimura são cruciais para distinguir esta doença de outras condições com apresentações similares, como linfomas ou outras doenças inflamatórias. A imagem é essencial para o planejamento do tratamento, que pode incluir cirurgia, terapia medicamentosa ou acompanhamento clínico.

A doença de Kimura e a doença de Castleman 


A doença de Kimura e a doença de Castleman são ambas condições linfoproliferativas raras que podem afetar os linfonodos, mas elas têm etiologias, características clínicas e achados radiológicos distintos. Vamos explorar as principais diferenças entre elas:

 

Etiologia e Patologia

  • Doença de Kimura:

    • Etiologia desconhecida, mas considerada uma resposta inflamatória crônica.
    • Caracterizada por proliferação de tecido linfático, formação de granulomas e infiltração de eosinófilos.
  • Doença de Castleman:

    • Também de etiologia desconhecida, mas pode estar associada a infecções virais, especialmente o vírus do herpes humano 8 (HHV-8) em algumas variantes.
    • Manifesta-se como uma hiperplasia linfática anormal, podendo ser classificada em formas unicêntrica (afeta um único grupo de linfonodos) e multicêntrica (afeta múltiplos grupos de linfonodos).

Apresentação Clínica

  • Doença de Kimura:

    • Frequentemente afeta homens asiáticos.
    • Apresenta-se tipicamente com massas indolores no tecido subcutâneo, frequentemente na região da cabeça e do pescoço, e pode ser associada a eosinofilia e elevação dos níveis séricos de IgE.
  • Doença de Castleman:

    • Pode ocorrer em qualquer grupo étnico.
    • Na forma unicêntrica, apresenta-se como linfadenopatia localizada, geralmente assintomática. Na forma multicêntrica, pode causar sintomas sistêmicos como febre, perda de peso e fadiga, e está frequentemente associada a doenças autoimunes ou imunodeficiências.

      Essas diferenças são fundamentais para o diagnóstico correto e o tratamento adequado de cada condição.