Cistos da fenda branquial

11/05/2024 12:00

Os cistos da fenda branquial são remanescentes congênitos que surgem devido à falha na involução das fendas branquiais durante o desenvolvimento embrionário. Esses cistos podem se manifestar em diferentes locais do pescoço e têm características distintas, dependendo de qual fenda branquial eles originam. Aqui estão as principais diferenças entre os cistos das fendas branquiais:

Cisto de I Fenda Branquial

Localização: Esses cistos se localizam perto da glândula parótida ou ao longo do trajeto do nervo facial. Eles podem estar internamente associados ao canal auditivo externo.

Achados Radiológicos: No ultrassom, aparecem como massas císticas próximas à glândula parótida. Em exames mais detalhados, como a tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), podem mostrar uma conexão com o canal auditivo externo e, às vezes, com a orelha média.

Cisto de II Fenda Branquial

Localização: São os mais comuns e localizam-se ao longo do bordo anterior do músculo esternocleidomastoideo, podendo estender-se até o espaço parafaríngeo.

Achados Radiológicos: Geralmente são visualizados como lesões císticas no espaço carotídeo, entre a artéria carótida interna e externa, às vezes estendendo-se para cima até a base do crânio. A TC e a RM podem mostrar uma massa homogênea e bem delimitada, com potencial realce após contraste se infectada.

Cisto de III Fenda Branquial

Localização: Mais raros, eles se originam mais internamente e podem se localizar próximo à glândula tireoide ou ao timo.

Achados Radiológicos: Podem aparecer como massas císticas na região tiroidea ou paratiroidea, podendo se estender até o mediastino. Na RM ou TC, observa-se uma lesão cística que pode ter uma trajetória inferior em direção ao timo.

Cisto de IV Fenda Branquial

Localização: Também raros, podem se manifestar como massas no pescoço que são indistinguíveis dos cistos de terceira fenda, mas geralmente se localizam mais inferiormente.

Achados Radiológicos: Esses cistos aparecem em exames de imagem na região paratiroidea ou na parte superior do mediastino. As imagens podem mostrar massas císticas com uma trajetória que desce em direção ao mediastino.

Diferenciação Radiológica

A diferenciação entre esses tipos de cistos, principalmente nos casos de cistos da terceira e quarta fendas, muitas vezes depende da visualização da trajetória do cisto e sua relação com estruturas anatômicas vizinhas. A ressonância magnética é particularmente útil por sua capacidade de fornecer imagens detalhadas das estruturas moles e sua relação com o cisto. Em muitos casos, a história clínica e os sintomas associados também ajudam a diferenciar o tipo de cisto.