Doença de Alexander

11/04/2024 12:00

A doença de Alexander é uma forma rara de leucodistrofia que afeta o sistema nervoso central, caracterizada pela destruição progressiva da substância branca do cérebro e pela formação anormal de fibras gliais chamadas corpos de Rosenthal. É uma doença genética causada por mutações no gene GFAP. Os achados radiológicos patognomônicos da doença de Alexander, observados principalmente em exames de ressonância magnética (RM), incluem:

1. Presença de Corpos de Rosenthal na Biópsia: Embora não seja um achado radiológico, a presença de corpos de Rosenthal na biópsia é patognomônica. Estes são inclusões citoplasmáticas eosinofílicas nas células da glia, visíveis ao microscópio, mas a sua presença sugere fortemente a doença e orienta a interpretação dos achados radiológicos.

2. Frontalização: Uma característica distintiva da doença de Alexander é o envolvimento predominante das regiões frontais da substância branca, um padrão referido como "frontalização", que é bastante sugestivo do diagnóstico. A substância branca frontal apresenta intensidade de sinal aumentada nas imagens ponderadas em T2 e FLAIR.

3. Realce do Ventriculo-Lateral com Contraste: Observa-se frequentemente um realce periventricular após a administração de contraste, refletindo a desorganização da barreira hematoencefálica e a inflamação ativa.

4. Atrofia e Dilatação dos Ventriculos: Com a progressão da doença, a atrofia cerebral pode se tornar evidente, juntamente com a dilatação ventricular, como resultado da perda de substância branca.

5. Anormalidades no Corpo Caloso: Pode-se observar alargamento e desmielinização do corpo caloso, com intensidades de sinal alteradas nas imagens de RM.

6. Espectroscopia por Ressonância Magnética (MRS): A MRS pode mostrar alterações na química cerebral, incluindo elevações nos níveis de colina, sugerindo a destruição da membrana celular, e alterações nos níveis de N-acetilaspartato (NAA), indicando perda neuronal.

Esses achados radiológicos são essenciais para o diagnóstico da doença de Alexander, ajudando a distinguir esta desordem de outras leucodistrofias e doenças que afetam a substância branca. O diagnóstico definitivo, no entanto, geralmente requer a correlação dos achados radiológicos com a análise genética para a identificação de mutações no gene GFAP.

Referências:

1. Alexander Disease: Diagnosis with MR Imaging. Marjo S. van der Knaap, Sakkubai Naidu, Steven N. Breiter, Susan Blaser, Hans Stroink, Stephan Springer, Jacobus C. Begeer, Rudy van Coster, Peter G. Barth, Neil H. Thomas, Jacob Valk, James M. Powers.