Síndrome de Wyburn-Mason ou síndrome de Bonnet-Dechaume-Blanc

23/04/2024 12:00

A Síndrome metamérica arteriovenosa cerebrofacial, incluindo os tipos I e II, envolve malformações arteriovenosas complexas que afetam múltiplas regiões do corpo de maneira segmentar. Essas síndromes são raras e apresentam desafios diagnósticos e terapêuticos significativos. Os tipos I e II podem diferir em termos de localização e manifestações das malformações arteriovenosas (AVMs).

Síndrome Metamérica Arteriovenosa Cerebrofacial Tipo I (Síndrome de Wyburn-Mason)

Principais Achados Radiológicos:

  1. AVMs Cerebrais:

    • Localizam-se tipicamente no trato óptico e nos núcleos hipotalâmicos.
    • Angiografia por ressonância magnética (ARM) ou angiografia digital por subtração (DSA) revela um emaranhado de vasos sanguíneos anormais com alimentação arterial e drenagem venosa precoce.
    • Ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC) podem mostrar evidências de hemorragias prévias ou isquemia, e dilatação de vasos.
  2. AVMs Retinianas:

    • Visualizadas diretamente através de exame fundoscópico, mostrando vasos sanguíneos dilatados e tortuosos.
    • Angiofluoresceinografia destaca as malformações vasculares da retina.

Síndrome Metamérica Arteriovenosa Cerebrofacial Tipo II

Principais Achados Radiológicos:

  1. AVMs Cerebrais e/ou Maxilofaciais:

    • Pode envolver regiões faciais, como as mandíbulas e os ossos maxilares, além de áreas cerebrais.
    • A RM e a TC facial podem revelar lesões ósseas expansivas e anormalidades vasculares.
    • ARM e DSA são essenciais para detalhar a configuração das AVMs, mostrando as características de shunt arteriovenoso.
  2. AVMs de Tecidos Moles:

    • Lesões podem se estender a tecidos moles da face e do couro cabeludo.
    • Ressonância magnética é útil para visualizar a extensão das malformações em tecidos moles, incluindo a participação muscular e subcutânea.

Considerações Comuns para os Tipos I e II

  • Risco de Hemorragia: Devido ao alto fluxo e à fragilidade das paredes vasculares nas AVMs, há um risco significativo de hemorragia, o que exige monitoramento cuidadoso.
  • Intervenção: O tratamento pode incluir procedimentos endovasculares, como embolização, radiocirurgia ou cirurgia convencional para prevenir ou controlar hemorragias.
  • Monitoramento Contínuo: Devido ao risco de progressão ou de novas hemorragias, pacientes frequentemente requerem avaliações radiológicas regulares para monitorar a estabilidade das malformações.

Esses achados radiológicos são fundamentais para o diagnóstico correto, planejamento terapêutico e acompanhamento de pacientes com síndrome metamérica arteriovenosa cerebrofacial, seja do tipo I ou II.

 

Referências:

1. Ahmed S, Kunwar D, Khan MH, Akbar A, Yasin A, Anjum AS. Cerebrofacial arteriovenous metameric syndrome type I + II + III: An unusual case. Clin Case Rep. 2024 Mar 20;12(3):e8692. doi: 10.1002/ccr3.8692. PMID: 38515993; PMCID: PMC10954563.